HÉRNIA DE DISCO CERVICAL

As hérnias discais cervicais têm sua origem idêntica às lombares, ou seja, uma ruptura no ânulo fibroso (camada externa do disco) leva ao extravasamento do conteúdo discal (núcleo pulposo).

A sintomatologia, no entanto, pode ser diferente. Isto se deve ao fato de existir na coluna cervical a medula.

A medula é a grande via por onde trafegam as informações e os comandos do cérebro para o corpo e do corpo para o cérebro.

De forma ilustrativa, se colocamos a mão em um objeto frio, por exemplo, as terminações nervosas da mão capturam esta informação, a convertem em estímulos elétricos e a enviam pela medula ao cérebro. Chegando ao cérebro, o impulso é finalmente decodificado e temos então a consciência do que está em nossas mãos. Temperatura, forma, textura etc. E tudo isso em uma fração de segundos…

Claro que além destas funções básicas, a medula está diretamente envolvida com outras das quais nem tomamos consciência, tais como o controle dos ritmos cardíaco, respiratório e dos esfíncteres que permitem a diurese e a evacuação etc.

Se tivermos uma hérnia de disco que se projete em direção à linha média, ela pode comprimir a medula. Se isso ocorrer, dependendo do nível da hérnia, pode haver diferentes sintomas: déficits motores, sensitivos, dificuldade para segurar e controlar a urina e a evacuação etc.

Se ela se projetar em direção à região lateral, no entanto, podemos ter um sintoma muito parecido com o provocado por hérnias lombares: dor. A dor geralmente é cervical com irradiação para os membros superiores, podendo chegar até as mãos.

Uma vez o conteúdo discal tendo extravasado, e a sintomatologia aparecido, o primeiro passo é procurar apoio médico. Na maior parte das vezes, o tratamento conservador resolverá o problema dentro de alguns dias. Mesmo após a resolução dos sintomas, faz-se necessário um acompanhamento regular para avaliar se os outros discos, sobrecarregados pela falência do disco doente, não vão também apresentar problemas.

Se houver déficit motor ou alteração no controle dos esfíncteres, há indicação de cirurgia em caráter de urgência para que sequelas sejam evitadas. Casos no qual o tratamento conservador não consiga resolver a sintomatologia, também são indicados, classicamente, ao tratamento cirúrgico.

O tratamento conservador é realizado com auxílio de medicamentos anti-inflamatórios, por vezes corticoides, relaxantes musculares, analgésicos, acupuntura e fisioterapia.

O procedimento cirúrgico possui inúmeras alternativas, envolvendo desde tratamentos percutâneos (através de um pequeno furo na pele, de aproximadamente 0,5mm de diâmetro) até os tratamentos convencionais, a céu aberto, passando pelas cirurgias minimamente invasivas.

Atualmente, pacientes jovens são tratados com a filosofia de restaurar a coluna à sua situação normal, ideal. Isto fez com que fossem desenvolvidas próteses discais, que não necessitam ser trocadas, e que fornecem à coluna cervical a possibilidade de MANTER A SUA MOBILIDADE.

Seu médico irá avaliar uma série de parâmetros, tais como a curvatura da coluna cervical, presença de níveis adjacentes acometidos, dimensões das vértebras, grau de compressão etc. para verificar qual técnica cirúrgica é mais adequada e possível para o seu caso.

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